Eu e Vi fomos assistir o filme semana passada.
Ainda estou passado.
Principalmente com a trilha sonora. Ainda sinto os efeitos-música me chacoalhando na poltrona. Mas um excelente argumento contra quem diz não gostar de música contemporânea. E não é só o Imax, cara, é a música mesmo.
O ator principal conseguiu a proeza de interpretar uma máquina e tirar disso algo humano. Tarefa difícil. Mas ele é bom, Ryan Gosling. Mais bonito do que bom ator mas tá valendo.
Se fosse pra falar só de beleza, só escreveria sobre a tal de Ana de Armas, escandalosamente bela.
Direção de arte maravilhosa, efeitos especiais que contribuem para o desenrolar do enredo, fotografia maiúscula.
Mas a trilha sonora.....Cara, vá ver, recomendo! Mas vá ouvir a trilha. Junto com o filme, melhor. Sem ele, vai ser bom também.
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Mas daí descobri que a Vi não vira o filme de 1982, o que me deixou estupefato já que é um dos filmes mais importantes de minha vida.
Vamos lá então (re)ver o 1.o BR, Netflix da vida.
Novamente viajei, como viajo todas as vezes que vejo esse e alguns filmes especiais que me marcaram profundamente (2001, Gandhi, Betty Blue, Curtindo a vida adoidado, Paris Texas, Crimes e Pecados, Mistérios e Paixões). Eu tinha 15 anos da época, imagine só!
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Quando terminamos, perguntei pra ela o que ela achara:
"- Muito humano. Achei que teria muito mais "ficção científica"".
"- É, eu acho que é isso que faz a boa ficção científica ser boa: não são as tecnologias, as coisas, os objetos do futuro. São as pessoas, como elas são, como reagem ao novo, como interagem com a evolução das máquinas, dos processos, das técnicas. E principalmente como reagem à reação das outras pessoas a tudo isso".
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Então, diletíssimo leitor, estes parágrafos foram a introdução do que eu quero dizer hoje.
E o que eu quero dizer é isso mesmo: o que importa pra Ciência, em última análise (e é o que me apaixona) é o fator humano. Nossa essência diante de novas possibilidades e riscos que a Ciência apresenta.
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Nas últimas 3 semanas, postei um texto de conclusão de curso e, chegando à bibliografia, pensei que seria um pecado não a publicar porque ela fala de textos interessantíssimos, a meu ver.
Esses livros falam de pessoas, gente que nasceu, cresceu, amou, criou, procriou e morreu mas nos deixou coisas pra pensar.
Gente como du Chatelet, matemática francesa, mulher fantástica, mais feminista que muitas feministas, espírito independente, companheira de Voltaire e de quem comentários que evocassem a imagem de chuchu na cerca não seriam totalmente inconsequentes.
Você vai ler sobre o trabalho técnico dela apartando-o de sua vida? Impossível, são mais que complementares: são simbióticos. A evolução técnico-científica que passou pelos estudos de du Chatelet simplesmente nos falam de coisas que vão muito além: tocam no que há mais trivial para a humanidade! Conceitos como espaço, tempo, duração, força, energia e por aí vai.
Não consigo achar nada mais humano que isso (e olha que eu acho que qualquer arte ou entretenimento que rime céu com motel pode também ser necessária dentro de algum contexto específico!).
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Então, com vocês, a bibliografia comentada do trabalho que postei nas semanas passadas.
BIBLIOGRAFIA
COMENTADA
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* Não perca tempo lendo Amit Goswani
· * E
= mc2 – Uma biografia da equação que mudou o mundo e o que ela significa, David
Bodanis, Ediouro, 2000 – Para alguém interessado em entender o
significado da equação mais famosa da história da ciência, analisada
detalhadamente em cada um de seus componentes, este livro é ideal. Além da
contextualização histórica extremamente eficiente, há citações biográficas de
cientistas e políticos contemporâneos a Einstein expostas de forma a tornar a
compreensão do momento histórico mais completo e complexo. Mas um caráter peculiar
desse livro é seu vigoroso (apesar de não explícito) feminismo ao revelar a
participação de várias cientistas no desenvolvimento de idéias matemática,
físicas e cosmológicas no decorrer da história científica ocidental moderna.
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O
ano miraculoso de Einstein – Cinco artigos que mudaram a face da física,
organização e introdução de John
Stachel, Editora UFRJ, 2001 – Este livro contém, na
íntegra, os cinco artigos de Einstein publicados pela revista Annalen der Physik em 1905. Há toda a matemática
original dos artigos e muitas explicações técnicas sobre as correções e adendos
posteriores à publicação feitos por Einstein. Note-se que, no que se refere à
Teoria da Relatividade Restrita, a matemática não é das mais difíceis, sendo
acessível a quem domine os cálculos do nível do Ensino Médio.
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Física
– Einstein para o Ensino Médio – Uma leitura interdisciplinar, Márcio Barreto,
Papirus, 2009 – Abordagem interdisciplinar que pretende,
além da visão matemática propriamente dita da Relatividade, estudar as conseqüências
que a teoria causou em outras áreas do conhecimento como Artes, Filosofia e Política,
principalmente no tocante à base que essa idéia lançou para o desenvolvimento
da energia atômica e das bombas usadas pelos americanos no Japão.
·
O
Universo elegante: Supercordas, dimensões ocultas e a busca da teoria
definitiva, Brian Greene – Uma instigante descrição não apenas
das idéias básicas da Relatividade e da Mecânica Quântica, desde seus
primórdios, como também das modernas hipóteses que a Física e a Cosmologia
desenvolveram para explicar a realidade. O relato dos primórdios da Teoria da
Relatividade é particularmente fascinante, pois o autor conseguiu imprimir uma
descrição apaixonada e apaixonante sobre aspectos pouco discutidos da teoria.
Wellington
RA 891202
Dezembro de 2011
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Todas as coisas contribuem para o bem dos que amam. Adeus.
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