segunda-feira, 25 de junho de 2018

ACABEI DE COMPOR TODAS AS MÚSICAS DO MEU PRÓXIMO CD!!!

Foi no sábado passado, as 15:59.
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Ao todo, são 29 músicas. 14 delas são poemas de Paulo Leminski musicados. Das outras 15, há um poema de Murilo Mendes e outro de Fernando Pessoa sendo o restante letras minhas.
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Quando notei que o CD seria baseado na vida e obra de David Bohm (físico americano que viveu entre 1917 e 1992), vi que isso poderia ser árido pra pessoas que não tem familiaridade com assuntos relacionados a física e filosofia. Então resolvi intercalar cada uma das canções com pequenos poemas de Leminski que, além de proporcionar uma espécie de descanso entre as canções mais pesadas, densas ou mesmo explícitas, também funcionam como uma forma de incitar uma unidade entre o sentimento de maravilhamento que a beleza da poesia dele  tem (na minha concepção, claro) com a beleza que vejo na Ciência.
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Agora que as músicas estão compostas, vamos à fase de arranjo. Pra quem não sabe do que se trata digo apenas que uma mesma canção pode ser executada de inúmeras formas, variando-se a instrumentação, efeitos, harmonia, mixagem, andamentos, etc. etc. etc. Definir como a música será gravada é algo que pode incrementar em muito a força ou a delicadeza da canção. É uma fase crucial para o sucesso do projeto porque existem inúmeros exemplos de grandes músicas que ficaram no limbo por décadas até serem rearranjadas e daí fazerem sucesso.
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Espero concluir a fase de arranjos até o final de outubro (se bem que já arranjei 10% do tempo do CD no sábado passado; estou descrevendo o avanço milimetricamente pelo meu twitter) Se eu não pudesse, por qualquer motivo que fosse, tocar o projeto pra frente depois dos arranjos prontos e outra(s) pessoa(s) gravassem o disco seguindo os arranjos que bolei, quem ouvisse o trabalho teria uma noção muito mais exata do que eu tinha em mente.
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Depois disso, vem a gravação propriamente dita que é outra fase legal de se cumprir. No que pese ser a mais cara....
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Então, é isso. Espero que você continue me acompanhando no processo. 
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Ah, você quer saber se eu acho que as músicas são "boas"? Bem, digamos que eu tenho certeza de que esse será o melhor CD de música autoral conceitual de um brasileiro que aborda temas científicos a ser lançado no ano. Caso você ouça o CD pronto e não concorde, podemos conversar sobre isso.
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segunda-feira, 18 de junho de 2018

O COMPOSITOR DIRETOR

Tenho notado uma tendência interessante no mercado fonográfico: não tem um guru de carreira (ou coisa que o valha) que vá deixar de lhe dizer que, aconteça o que acontecer, para que um artista tenha projeção hoje em dia, há uma ação que terá que ser incluída em suas prioridades: VÍDEOS!
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Bem, até aí, nada de mais. Até mesmo eu, musicista que, por força da própria profissão, cresceu mais ouvindo do que vendo, gosto de ver meus artistas favoritos executando suas músicas. 
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E também tem outra vantagem que essa tendência traz: antigamente, pra se ver a cara de um compositor famoso às vezes levava um tempão porque a circulação de seu som precedia o conhecimento de sua imagem simplesmente porque não se tinha as facilidades de produção e  circulação de fotos e vídeos que se tem hoje. Ou simplesmente o cara tocava, cantava ou compunha muito bem mas não ligava pra se registrar visualmente, deixando isso a cargo da gravadora ou produtor.
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Então, hoje em dia tem essa miríade de bons (e outros nem tanto) artistas postando seus vídeos nos quais tocam covers ou canções originais. 
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Eu vejo um problema que tem a ver com o jeito como as coisas são computadas. Ou seja, a expressão artística sempre deve ser incentivada mas sua mensuração é que pode criar situações desinteressantes (pra dizer o mínimo).
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Os canais que veiculam vídeos ou o próprio Facebook, nem ranqueiam quem posta pouco, mesmo que alguém componha, toque, cante, filme e poste uma obra prima por mês. E por outro lado, um Zé Mané pode ter um alcance extraordinário em número de visualizações se postar diariamente, mesmo que sejam coisas nada a ver. 
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E também tem (novamente) o lance da grana: se alguém tiver muito dinheiro pra patrocinar seus vídeos.....Sim, novamente ele terá trilhões de visualizações mesmo que sua "arte" seja bem menos interessante que outras coisas postadas. Parece que á concretização daquele ditado bíblico que diz algo como "quem tem, terá mais. Quem não tem, até o que não tem lhe será tirado".
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Não vejo uma solução pra isso. O ideal seria que as pessoas pudessem analisar criticamente cada coisa que veem e não super-valorizar coisas bobas, fúteis, superficiais e sem imaginação, desde que isso partisse da própria pessoa, sem censura central de qualquer tipo, claro.
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Mas isso exigiria um senso crítico que só uma educação libertadora traz.
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segunda-feira, 4 de junho de 2018

A BOMBA DA VIRADA CULTURAL!

Aconteceu mais uma edição da Virada Cultural neste fim de semana. Ou foi no fim de semana passado. Ou vai ser no próximo. Na cidade de São Paulo. Ou em outra cidade. Ah, não importa: o que eu quero mesmo é falar mal dela.
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É uma furada. Política no mínimo equivocada. Politicagem. Erro.
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Antes, porém, de eu dar os 2 argumentos em que se baseia minha opinião, digo que, claro, os artistas que dela participam não tem nenhuma culpa no cartório. Se alguém quer te contratar.....vai lá! É um evento bancado com o dinheiro de impostos! É mais do que um direito seu, artista, participar: chega a ser um dever.
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Os 2 argumentos são:
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1) Houve mutreta na escolha das atrações. Sim, eu, você, toda a classe artística desconfiava que "empresários" pagavam algum por fora pra emplacar "seus" artistas na Virada. Quando explodiu o escândalo, foi só uma confirmação. Transparência: é o que falta. Será que um governo estadual de outra linha política faria melhor? Não sei e pelo jeito a genial população paulista não está interessada em descobrir uma vez que vota no mesmo grupo político há 20 anos.

2) Há vários motivos que levam o brasileiro, grosso modo, a não ver filmes de arte, espetáculos de dança, teatro fora do circuito do teatrão popularesco (necessário), música instrumental e artes visuais. Um deles é que simplesmente não foi dado a ele a oportunidade de ter contato com essas manifestações culturais. Simples assim. Tem que haver oferta constante e acessível junto com um comprometimento sério com a divulgação do calendário cultural em todas as mídias. Isso custa dinheiro.
Um governo que realmente se preocupasse com a Cultura separaria lá no orçamento um percentual adequado pra tudo isso. Não fazem isso porque isso não tem demanda social premente e então o dinheiro destinado pra área da Cultura não dá pra fazer o que tem que ser feito. Só dá pra fazer Viradas onde você despeja uma parte imensa da pouca grana que existe em um período curto de tempo e contrata um número ínfimo de artistas. Mas atinge muita gente. Gente que já consome Cultura. O grande público, aquele que normalmente não usufrui dos produtos culturais, esses ficam na mesma.
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O que fazer?
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Pressão popular. Esta é a única saída.
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