domingo, 30 de junho de 2019

ONDE FOI QUE EU ERREI? (TERCEIRO)

Sabe aquele ditado "conhece-te a ti mesmo....."? Então, no meu caso deveria ser "conhece bem os teus softwares de gravação".
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Nestas gravações, como as do primeiro CD, durante o processo aprendi uma série de recursos que os programas tem que podem economizar muito tempo. Ao me deparar com esse "fenômeno", eu deveria ter feito um curso, mesmo que por conta, na base do youtube mesmo, pra aprender a dominar todos os recursos dos softwares que tenho instalado em meu pc. Não fiz isso, perdi tempo. Muito tempo.
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Parece besteira, mas se você faz algo em 2 minutos e, com um recurso novo você passa a fazer em 1, essa economia vai se estender a todas as vezes em que a mesma ação for feita. No final de umas semanas isso pode representar um dia inteiro de diferença!!!
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Dentro desse mesmo tema, aprender a dominar melhor meus próprios instrumentos também é algo que eu teria que ter feito, de uma forma ou de outra. Dominar um esquipamento significa testá-lo à exaustão pra ver tudo o que é possível se fazer com ele. Às vezes, amplificadores, microfones e pedais são subaproveitados por vocês os considerar ultrapassados.
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Mas em relação a dominar os instrumentos musicais - piano, teclado, violão nylon, aço e 12 cordas, baixo e bateria (mesmo que virtual), isso demanda estudo. Prática diária. Dedicação. Disciplina. 
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Fazer técnica, escalas, modos, aberturas, encadeamentos, efeitos, articulações: tudo isso teria e tem que ser uma rotina na vida de quem toca, compõe e grava. 
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Sim, separar uma hora que seja do meu dia pra estudar é algo que beira o risível hoje em dia, tão louca tem sido a agitação frenética de aulas-eventos-projetos. E não adianta pensar em se pegar pra estudar "só uns minutinhos por dia": quem é do ramo sabe que, em menos de 1 hora por dia, o estudo não vai evoluir.
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Mas fica a dica (pra mim mesmo, inclusive): com estudo tudo flui melhor e mais rápido, economizando tempo, dinheiro e emoções.
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domingo, 23 de junho de 2019

ONDE FOI QUE EU ERREI? (SEGUNDO)

Este texto faz parte de um grupo de 5 ou 6 publicações nas quais analisarei alguns erros que cometi no processo de gravação de meu próximo CD, "A Totalidade sem Costuras" (nome provisório).
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Aqui vai o 2.o "engano".
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Se você vai construir uma casa, certamente fará o possível pra caprichar o máximo que puder. Tentará contratar os melhores profissionais, comprar os melhores materiais, ter toda a documentação em dia, etc. 
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Mas se você mesmo for pôr a mão na massa e assentar os tijolos e fizer isso a uma velocidade de 1 tijolo por semana, provavelmente não verá sua casa feita nesta vida.
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Comparativamente, quando a concepção do CD ficou clara em minha cabeça, eu deveria ter notado que compor, arranjar e gravar 29 músicas (na verdade são 33 porque uma delas se divide em 5), gerando quase duas horas de som, tendo como tempo hábil para o processo somente as sextas e sábados, seria um projeto muito extenso para ser terminado num prazo razoável.
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Eu deveria ter previsto as muitas interrupções no trabalho devido a aulas e eventos dos quais participaria e também ter levado em consideração que o sistema que uso pra gravar não seria estável o tempo todo. Calculo que desde 15 de janeiro de 2018, dos 156 dias previstos para a produção (umas 1.000 horas), fui impedido de trabalhar por os motivos citados ou por outros motivos em pelo menos 40% desse tempo.
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Não pretendo mudar o formato de meus trabalhos. Acho que intercalar minhas músicas com vinhetas baseadas em poesias de outras pessoas é algo interessante porque concluo que depois de uma porrada (minhas músicas, digamos, alternativas) sempre cai bem um afago (as poesias dos outros, mais convencionais). Mas ao invés de 15 músicas minhas e 14 versos de outros, no próximo CD lançarei 8 músicas minhas e 7 vinhetas de outras pessoas. E olha que até essa drástica diminuição de proporção ainda é criticada por muitos visto que, aparentemente, você deve trabalhar hoje em dia com uma canção por vez. Compõe, arranja, grava e lança nos Spotfy da vida e fica esperando os milhões caírem na conta.....
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Engraçado: componho pensando em sempre forçar a barra pra que a concentração das pessoas possa ser instigada a ir a um outro nível de percepção melódica, rítmica, harmônica, estética. E parece que os meios de comunicação trabalhavam na direção exatamente inversa.....
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segunda-feira, 17 de junho de 2019

ONDE FOI QUE EU ERREI? (PRIMEIRO)

Gravar um CD é um processo complicado. Se você estiver fazendo isso sozinho, mais difícil ainda. Se essa produção for totalmente independente, baseada somente em seus próprios recursos financeiros e tendo apenas algumas horas da sexta e do sábado pra tocar o trabalho pra frente.....
Bem, acho que não preciso me alongar muito no tamanho do desafio, não é mesmo?
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Acontece é que trabalhando nessa condições erros são mais que previsíveis: são inevitáveis.
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Como não uso as redes sociais somente pra falar dos sucessos e belezas deste processo em que me envolvi, vou começar a falar sobre os erros que cometi na produção de meu próximo CD, "A Totalidade sem Costuras (nome provisório)" a fim de ajudar outros músicos que vivenciam as mesmas situações como também expor mais claramente alguns dos percalços que experiencio frequentemente.
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Vamos chamar o primeiro "erro" de:
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TUDO ENVELHECE!!!

Falo dos equipamentos e instrumentos (se bem que.....). Quando se começa uma produção em home studio deve se ter essa máxima em mente o tempo todo porque ter um sistema de gravação estável por um prazo de tempo muito longo não é lá tão fácil como se imagina.
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Meu PC foi comprado em 2010 e estou com mais ou menos as mesmas coisas no sistema desde então. De novo mesmo, só 8 GB de RAM (tenho no total 16 agora) e um software orquestral pesadíssimo.
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Os sistemas operacionais são periodicamente atualizados (eu uso o Windows). Ao atualizar o seu, as vezes alguns drivers e arquivos começam a se mostrar não compatíveis com ele. Um plugin que rodava maravilhosamente bem no XP pode não conversar bem com o Windows 7. Novos softwares de áudio que você queira usar podem piorar esse problema de compatibilidade e ainda por cima consomem cada vez mais espaço e processamento, o que obriga a sempre ter um HD bem grande pra evitar contratempos. Por isso  mensalmente 12 dólares por um terabite na nuvem. Um sistema operacional às vezes parece se confundir ao lidar com quantidades muito grandes de dados e passam a não achar alguns arquivos ou até pastas!. Desfragmentação do sistema ou check disks constantes podem minimizar esses erros mas eu não fiz isso com a frequência que deveria ter feito.

Tudo isso ocorre porque a indústria precisa vender sempre mais e pra isso sempre jogará novas versões dos mesmos produtos no mercado além de novos e convidativos softwares e equipamentos. Você pode até ir se virando com seu equipamento velhinho mas se precisar de algo que seja um pouco mais atualizado, estará sempre diante da mesma questão: muda tudo, obtendo o que houver de mais atual no mercado, ou fica onde está, usando o híbrido "sistema antigo + plugins novos = problemas de compatibilidade"
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Estou passando por esse dilema com meu equipamento. Pela combinação de alguns das encrencas  citadas, está cada vez mais difícil ter uma sessão inteira de gravação sem ter algum problema técnico sério.
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Solução?
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Monte o sistema mais atualizado e completo que puder e grave seu projeto no menor tempo possível. 
Parece um conselho ingênuo mas é o que tentarei fazer em meu próximo projeto: depois de lançar  este CD em que estou trabalhando, vou revisar todo o hardware e software, atualizar tudo dentro dos limites do possível e espero começar o novo CD 12 meses antes de seu lançamento.
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domingo, 9 de junho de 2019

EU QUERO QUE TODOS ME CONHEÇAM. MAS.....VAMOS COM CALMA.......

Não tem um guru de redes sociais que fale algo diferente de "você tem que publicar, você tem que postar vídeos, fotos, textos (curtos) de sua carreira, shows, gravações, ensaios, etc. etc. etc. E tem que fazer isso diariamente. Aliás, várias vezes por dia!!!"
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Eu topo compor, gravar, fazer shows e vídeos das minhas músicas umas 24 horas por dia (mentira! Eu até quero mas a carcaça 0.52 aqui já não permite mais tais arroubos juvenis).
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Mas ficar fazendo a "cobertura jornalística" disso tudo......confesso, não é meu prato favorito. Em outras palavras: levar até as pessoas o dia a dia do músico independente não me é desinteressante. Acho até que há uma função política, didática, pedagógica nessa ação. Quem sabe até ajude as pessoas, com o tempo, a parar de dizer bobagens a respeito da vida de artista. Mas, gente, essas coisas dão uma preguiça......Ter que estar o tempo todo pensando em "olha, isto gera uma boa foto! Faz e já publica!" ou então "como vamos filmar isso pra gerar uma postagem legal" ou até "fazer desse jeito não fica bom porque não vai se prestar pras redes sociais....".......olha, isso tudo enche a paciência!
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Mas como não me considero um cara retrógrado......vamos lá, mãos à obra, vamos cobrir cada segundo da vida de cantautor (segundo Téo Ruiz) e torcer pra que isso traga os tão esperados ouvintes ("a thousand ears", como diz a canção, numa tradução mezzo livre).
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Mas, cá entre nós, como é divertido ver algumas pessoas postando freneticamente dezenas de vezes ao dia coisas sem nenhuma relação com seu trabalho como artista. A impressão que tenho é que essa necessidade atual que assola a vida de todos - "publique ou morra" - funciona pra algumas pessoas da forma inversa: vira mais um "PELOAMORDEDEUSMEVEJAM". 
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É o caso definitivo em que você vê apenas o esqueleto ou o contorno de algo mas não vê nenhum conteúdo. 
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Talvez essa imposição da vida digital venha dando tão certo porque atende a uma necessidade básica do ser humano: a de ser visto, ser notado, ser considerado. 
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Mas ainda acho que o artista deveria ser visto, notado, considerado pelo que produz, por sua obra.
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domingo, 2 de junho de 2019

WTON SAI DO ARMÁRIO....

O que mais eu poderia dizer pra chamar sua atenção?
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Talvez eu pudesse começar este texto com um gif de um gatinho fazendo algo fofo.
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Ou citar logo o nome de Nilda Lyons para que, de cara, eu tivesse centenas de visualizações, dezenas de curtidas e alguns compartilhamentos.
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De qualquer forma, bolar formas de chamar a atenção das pessoas nas redes sociais está ficando cada vez mais difícil.
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(Aliás, por que as pessoas são tão interessadas na vida sexual dos outros? Em quê algum detalhe específico sobre os desejos íntimos de alguém alteraria nossas vidas? A Anitta e o Scooby estão lá, firmes e fortes, transando 15 vezes por hora, e isso não pagou o licenciamento do meu Palio).
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Peço apenas que você se imagine brincando com outras crianças num parquinho, todas juntas se esbaldando na areia. Daí eu sugiro irmos todos brincar no balanço.
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O balanço, no caso, são as músicas de meu próximo CD, claro. Já estou preparando o terreno pra te convidar, num futuro próximo, a ouvir uma canção que fala sobre a vida de David Bohm. Só falta você dizer que prefere, pela milésima vez, ouvir a mesma música sobre "eu o quero tanto mas ele não me quer"....
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Quando eu postar "A Totalidade sem Costuras", que fala sobre Relatividade, com citações a Heinsenberg e Neruda, please. segure um pouco à vontade imensa de ouvir de novo o último Chico ou matar a saudade nostálgica da adolescência pondo pra rolar "Da Lama ao Caos".
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Minhas músicas não são inofensivas. Na verdade são bem ofensivas: elas representam uma ofensiva na batalha por sua atenção. Tente cantar junto com "O Macaco", do mesmo jeito que fez com "Saiba", do Antunes. Você verá que a experiência é similar. Deixe rolar em loop por algumas vezes "O Ser, o Sexo e a Morte" pra você ver como, ao dar uma chance a novas propostas, você pode se surpreender!
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Só não me diga que vai ouvir por educação. Não precisa fazer isso. Eu passo. 
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Diga que vai ouvir porque sabe que compositores independentes dependem das preciosas audições que se fizerem de seus trabalhos. 
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Se você ouvir (bem!) e não gostar, daí é outro problema. Vá em paz! Mas vá com a segurança de quem ouviu, conheceu o "produto" e decidiu abrir mão.
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Nós, artistas independentes (compositores, arranjadores, instrumentistas, dançarinos, artesão das formas, mestres do paladar, dos cheiros, da palavra, das estruturas), precisamos disso assim como Chicos, Caetanos, Antunes, Radioheads, etc. etc. etc. precisaram no início de suas carreiras.
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P.S.: Se você disser "ah, mas porque você tá falando isso agora se eu não tenho como ouvir o CD ainda?" Vai lá no Soundcloud (o link tá no final deste texto) e ouça o meu 1.o CD, "O Culto à Ciência", pra ir esquentando os tamborins, ok?

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