domingo, 24 de novembro de 2019

UM BOM DISCO É UM BOM DISCO MESMO QUE EU NÃO GOSTE DO ESTILO

Às vezes eu me surpreendo com minha capacidade de aceitação do diferente.....
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Normalmente não gosto de soul music. E de muita coisa em rhythm and blues. E de rap americano. E até muita coisa no gospel americano não me é especialmente atraente. Não gosto de cada um desses estilos por razões pontuais mas a barreira da língua, a ênfase nos maneirismos vocais e, especialmente, a economia harmônica são coisas que fazem com que eu não tenha uma reação de envolvimento.
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Dito isto.......até ouvir  "The Miseducation of Lauryn Hill".
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As infindáveis demonstrações de criatividade de improviso nos melismas vocais dela e de todos os cantores do disco e o fato das músicas girarem sobre pouquíssima variação de campos harmônicos (tem canção feita em cima de um só acorde!!!) poderiam facilmente me afastar de uma audição mais aprofundada desse álbum.
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Mas, gente, esse disco é do caráleo!!! Tem uma energia e uma inventividade fora do comum. Da qualidade vocal de Lauryn e dos instrumentistas nem se precisa falar tanto: eles são excelentes. Mas o que realmente impressiona é a construção climática que cada faixa traz. 
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A escolha dos timbres mais as opções no espalhamento das notas dos acordes mais os improvisos vocais precisos mais a produção técnica esmerada mais as letras extremamente inteligentes e confessionais, tudo isso gera um CD imperdível!
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Continuo não tendo paciência com esse tal de "neo soul". Mas esse disco é maravilhoso.
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Escrevi este texto pensando que mais ouvintes com este meu desprendimento na audição, esta tentativa de não-preconceito na recepção de trabalhos artísticos de outras praias que não a nossa, isso poderia mudar muita coisa no panorama artístico geral do país. Espero atingir este tipo de ouvinte quando lançar meu próximo CD, em algumas semanas.
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E isso me leva a te perguntar: existe um bom CD na chamada música sertaneja universitária? Você consegue me indicar um excelente grupo de pagode novo, longe da mesmice que se vê no estilo? E no pop nacional, tem alguma coisa realmente diferente, com música e letra muito legal?
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Um ouvido sem preconceito está à procura.
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Todas as coisas contribuem para o bem dos que amam. Adeus.
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domingo, 17 de novembro de 2019

2 ENCONTROS IMPORTANTES

O primeiro foi com Gustavo Scaranelo. Fui testar um microfone que ele estava vendendo e obviamente acabamos falando sobre muitas coisas. Política - ser progressista sem ser necessariamente personalista; música - ele só produz os sons pelos quais se apaixona; técnica de gravação - não ter mesa de som no estúdio parece uma heresia pra alguns mas não atrapalha em nada o som produzido lá; mercado fonográfico - o número de usuários do Spotfy é ainda ridiculamente pequeno e quem reclama de assinar essa plataforma por 17 mangos por mês não entendeu nada do atual momento. 
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E por aí foi. Se você mede o sucesso de um empreendimento de gravação de áudio pela qualidade do produto gerado, esse é seu estúdio, claro. Sempre leve em consideração que um bom profissional faz toda a diferença. 
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O segundo encontro, casual, foi com Albano na Dpaschoal. Eu estava lá pra descobrir mais algumas vidas pro meu Paliozinho e conversamos uma meia hora sobre o panorama musical. Ouvi alguns  pontos de vista muito interessantes dele que tem décadas de experiência vivenciando profundamente seu instrumento, suas músicas, seus alunos, sua Arte. Confirmar percepções, receber questionamentos a posicionamentos já estabelecidos e outras informações novas e até inusitadas foi importantíssimo.
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Neste momento político conturbado, de extrema polarização, ouvir opiniões alternativas é essencial mesmo que não sejam exatamente as mesmas que as nossas. Acho inclusive que uma das formas de amenizarmos os confrontos deste momentos passa exatamente por isso: mais pluralidade, mais diversidade, mais gente trazendo novos pontos de vista sobre tudo: cultura, entretenimento, união da classe artística.....
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Tanto pra Gustavo como para Albano eu fiz a mesma pergunta: como as ideias deles estavam sendo recebidas pelo povo e para minha surpresa, a expressão de suas personalidades estão sendo (bem) feitas apenas musicalmente, não através da palavra escrita. OK, não é pouco: música bem feita, com sinceridade artística e profundidade técnica transmite muita coisa. 
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Porém acho essencial que cada um de nós, artistas brasileiros, usemos os canais possíveis pra expormos nossos posicionamentos. Não a fim de convencer ninguém de nossa "verdade" mas pra contribuirmos para que a variedade de ideias produza a Arte que queremos: intensa, multifacetada, profunda, complexa. Humana.
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Então, aguardo um blog (ou algo semelhante) dos dois. E também dos outros grandes artistas da cidade. Pra ontem.
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segunda-feira, 7 de outubro de 2019

A PRIMEIRA MÚSICA DO SHOW DE LANÇAMENTO DO PRÓXIMO DISCO ERA PRA SER CANTADA PELADO

Sim, o show era pra começar assim: a projeção de uma poesia, depois um trecho de uma entrevista de David Bohm e daí começaria a música "A Totalidade sem Costuras", canção que abre também o disco.
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No planejamento geral do show (sim, ele já está todo montado. Não aconteceu ainda em parte por sua causa, dileto leitor. Sem curtidas, compartilhamentos e envolvimentos, um artista não faz nada hoje em dia. Ou seja, está em nossas mãos acontecer), eu entraria nu cantando essa música.
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Essa performance foi construída pensando-se em canalizar a atenção do ouvinte totalmente para a canção em si que é, provavelmente, a melhor que já fiz. Eu não queria que ninguém ficasse olhando pros instrumentistas e por isso eles estariam no escuro. Não queria que as luzes brigassem pelo olhar do povo, luz branca em mim o tempo todo então. E o figurino não poderia também roubar um segundo que fosse da concentração da plateia com sua diversidade de tecidos, cores, formas e caimentos.
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"Mas daí todo mundo iria ficar olhando pra sua nudez", diria alguém traduzindo um pensamento quase que geral.
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Mas, pergunto, quanto tempo você consegue ficar olhando pra alguém pelado? Quer dizer, já cogitei um mestrado baseado em pornografia e acho interessante a arte pictográfica erótica/sensual mas não é disto que eu estou falando. Estou falando da nudez comum, trivial, diária: quanto tempo você consegue se deter em observar um corpo humano desnudo?
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Eu acho que se você não tem nenhuma patologia psicológica grave, não é um adulto com travas sexuais muito severas e já parou pra pensar que em baixo das roupas das pessoas há corpos semelhantes ao seu, a nudez não iria ocupar mais que alguns preciosos segundos, caso você me visse cantando uma música "em pelo".
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Depois da "novidade" inicial de receber um intérprete nessa condição, fatalmente aconteceria um acordo tácito entre palco e plateia de que não haveria nada pra se ver ali que não o som e os movimentos. Sim, é o mesmo pênis e escroto e bunda que todos os homens tem. Quer dizer, que todos os homens cinquentões não marombados tem . Um corpo normal. Só um corpo. 

E olha que não tenho nada contra os corpos bem esculpidos e torneados. Admiro quem os trabalha dessa forma mas simplesmente não é minha ação sobre o meu próprio atualmente.
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Aprendi o sentido desse tipo de atuação com os santos da sociedade, os atores, que, em todas as peças que vi em que eles atuaram nus, me esbofeteavam simbolicamente o tempo todo como que a dizer "mas como você é otário, hein, cara??!! Notou como é ridículo você ficar pensando em minha genitália enquanto o real da ação humana está nas nossas interações?".
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Sim, a herança cristã em minha formação cobra um preço caro periodicamente.
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Veja também que respeito imensamente a arte do figurino, aquela que adorna, cobre e enche de outros significados o corpo! Ela pode, às vezes, cobrir tudo ao olhar direto porque, cenicamente falando, não ver nada dos corpos pode ser também necessário.
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Então é isso: o show seria aberto assim mas não o será porque um dos objetivos é vendê-lo pra projetos de leis culturais que, obviamente, caso haja nudez, o classificarão como "impróprio pra menores", o quê não é o meu objetivo. Os adolescentes não sabem disso mas eles precisam mais de Física do que de sexo.
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Último aviso: numa roda onde haja só adultos, em espaço que não seja público, nunca me desafiem a provar que nudez pra mim é algo, digamos, "normal".
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segunda-feira, 30 de setembro de 2019

A TOTALIDADE SEM COSTURAS E O PROJETO "X"

A quantas andam as gravações do meu CD "A Totalidade sem Costuras"?
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Bem, comprei um pré-amplificador pras captações que exigiam microfone (violões e voz), como também para aquelas em que, mesmo sendo apenas um acréscimo à sonoridade, esse equipamento era necessário.
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Veio com defeito. Leva pra assistência técnica. Demora de 10 dias pra notícias. Reclama com o vendedor. Ele fica de ver o que vai fazer. E nisso se vão mais 4 dias dias de gravação, dois finais de semana inteiros, sem gravar!
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Mas, gravados os violões de nylon, baixo, guitarra e voz, a próxima fase é a mixagem, coisa que deve consumir 2 finais de semana. Mais uns 2 pra que um guitarrista grave os solos e estaremos prontos pra masterização, esta sim tendo que ser feita em estúdio.
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Vendo de uma outra forma: como só uso sextas e sábados pra minhas produções, está levando muito tempo. Mas se eu gravasse todos os dias da semana, de segunda à sexta, 6 horas por dia, iria gravar todo o CD em 3 meses, gastando o mesmo número de dias que estou gastando desta forma semanal. Fazer o quê? É o que temos pro momento.
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Mas, como me é impossível ficar sem criar algo novo, estou lançando o que chamo de "Projeto X". Já são os primeiros movimentos visando o CD que se seguirá a este que estou terminando.
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Tudo será diferente: o tema, o tempo total do trabalho, o som (mais puxado pro rock and roll), o formato (devo liberar as músicas assim que ficarem prontas) e espero envolver amigos e interessados no processo, pedindo sugestões de textos, livros, filmes, vídeos, músicas......tudo o que tiver relação com aquilo que já senti ser a direção que a produção vai tomar.
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É, eu estudo muito pra compor. Um nerd na música. Não sou o único, claro, e estou usando cada vez mais a intuição no processo, mas informação nunca é demais.
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Publicarei vídeos no instagram e no youtube pra expor o andamento do processo.
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Acompanhem, comentem, participem. Serão muito bem vindos.
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domingo, 15 de setembro de 2019

O MEU CORAÇÃO PIRATA....

Ontem fui tirar uma dúvida técnica sobre um equipamento e entrei em contato diretamente com o fabricante porque, vejam só, eu comprei o pré-amplificador novinho e o registrei! Isso é raro: nas poucas vezes em que comprei equipamentos novos, raramente me dei o trabalho de registrar o produto. Bobeira pura, eu sei, mas por ter feito o registro pude me dirigir orgulhosamente ao fabricante com dúvidas que só podem ser respondidas por eles para o legítimo proprietário que pagou pela peça.
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Isso me traz novamente o vislumbre de como seria bom ter todos meus equipamentos devidamente registrados, principalmente os softwares, pra que eu pudesse contar com todas as informações, atualizações e novidades que são reservadas aos consumidores, digamos, "oficiais".
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Meses atrás fiz uma estimativa de quanto eu teria que gastar pra colocar todos os softwares instalados em meu pc numa situação de legalidade, comprando-os ou regularizando-os.
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Então, não dá pra fazer isso.
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Acho que o assunto pirataria é algo sério e a consciência sobre a necessidade de usarmos o produto intelectual de outras pessoas pagando o devido dinheiro por isso também o é. Mas....
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Pelo programa de gravação multicanal eu teria que dispender uns 400 reais por mês. Pelo software de timbres orquestrais, outro tanto parecido com esse. Pelo de bateria, nem vi mas tenho a impressão de que ia ser por aí mesmo. Mas nem adiantava eu continuar a pesquisa porque eu pago de aluguel 1.000 reais e acho que dizendo isso o problema já fica claro, não é?
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Bem, eu poderia simplesmente não os usar. E dessa forma parar de gravar. E compor pra quê, se não for pra gravar depois? Acho que eu e milhões de pessoas pelo mundo simplesmente não irão seguir esse caminho.
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Eu poderia usar outros softwares gratuitos que, coincidentemente, não serão capazes de executar os serviços mais necessários numa gravação sonora. Também não dá pra ir por aí.
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Eu posso gravar as coisas que componho num estúdio profissional. Claro, desde que eu ainda tenha os 2 rins e me arrisque a viver daqui pra frente só com um deles.
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O que eu acho é que se por um lado o argumento de que usar algo sem pagar é errado, com o que concordo plenamente, pedir para que as pessoas que não tem os milhares de reais mensais necessários para  pagar por esses produtos simplesmente não os usem......bem, isso é.....vou usar somente o termo "irrealista". Eu acho que dá pra se ter lucro grande alugando um software barato pra milhões de pessoas ao invés de querer milhares de reais mensais de outros milhares de pessoas.
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Pretendo gravar meu 3.o CD com todos os softwares originais, legalizados, dentro da lei. A não ser que minha música não seja ouvida por milhares de pessoas todos os dias nas redes sociais. Daí já não sei o que eu vou fazer.
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Me calar?
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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

MODÉSTIA ÀS FAVAS.....

Os solos de guitarra, piano e teclado que estou gravando em algumas das músicas de meu próximo CD estão excelentes.
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Antes que você pense coisas como "poxa, que cara convencido" ou "o CD nem saiu ainda e ele já vai dizendo que a música é isso e aquilo...." peço sua paciência: quero usar a afirmação que fiz como introdução pra outra coisa que quero falar.
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Sim, os solos estão ótimos e estão assim simplesmente porque tenho me dedicado muito, horas e horas, às vezes até dias e dias, pra pensar em cada nota, cada articulação, cada relação entre a melodia e a harmonia e, seguindo as regras do contraponto, tenho obtido resultados que todo compositor obtém se tiver o mesmo empenho.
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Minha tendência a agir dessa forma leva, inevitavelmente, à criação de solos, climas e arranjos bem estruturados. Há muito tempo e bagagem musical investido. 
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Mas sabe que existe outra forma de atingir os mesmo resultados? Sim, você pode criar melodias incríveis, ambiências harmônicas sofisticadas e texturas sonoras maravilindas se você for um bom improvisador!
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O músico que se especializa nisso domina de tal forma as escalas, modos, acordes, articulações, dinâmicas e variações de andamento que, seguindo (ou às vezes até mesmo abolindo) um tema musical dado como base, sai criando em tempo real momentos musicais extremamente belos.
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Sim, ao curtir um bom show de música instrumental ou jazz, você ouvirá, a cada minuto, um sem número de criações instantâneas, onde os timbres de cada membro do grupo terão a sua vez de, além de executar o tema, destilar sobre a harmonia desse tema, tudo aquilo que eles sentem sobre essa proposta dada. Todo o estudo do musicista, os anos de prática, o duro desenvolvimento da técnica e do amadurecimento do sentimento estético pessoal, tudo isso será devolvido ao mundo em forma de uma cascata de frases musicais tão ricas quanto o desenvolvimento do instrumentista permitir.
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Ou seja: eu, com tempo, paciência e muita auto-crítica estou compondo pequenos trechos em minhas músicas enquanto esse povo do improviso (vamos chamá-los assim) faz a mesma coisa quase que diariamente. Eles conseguem isso porque estudam muito. Eu ainda não me desenvolvi nessa área. Quem sabe para o próximo CD eu já esteja mais capaz disso.
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Então, VÁ A SHOWS DE MÚSICA INSTRUMENTAL! Hoje! Nesta semana! Se acomode na cadeira tomando um café, cerveja ou vinho e preste atenção na beleza daquilo que está sendo parido naquele exato momento e que nunca mais será feito igual (nisso a arte do improviso se aproxima em muito ao teatro)!!!
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Campinas tem uma série de músicos improvisadores que certamente estão entre os melhores do país. Fico até constrangido quando vejo alguns deles realizando proezas em seus instrumentos para um bar quase vazio. Sim, isso é triste e reflete o momento educacional do país. Mas se esta situação vai mudar um dia, começa com uma atitude consciente do ouvinte em se arriscar em territórios sonoros novos. 
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A bola está com você.
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segunda-feira, 19 de agosto de 2019

VIDAS A SEREM CELEBRADAS - CABETO ROCKER


Uma das músicas de meu próximo CD começa assim:
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"Pra quê falar de alguém? Por que contar a vida de uma pessoa e não de outra?"
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Sim, falar sobre a vida de algumas pessoas é importante. Todos que estamos, de uma forma ou de outra, envolvidos com a cena musical da cidade, temos uma parcela de responsabilidade pelo estado das coisas e também de mérito pelo que de bom ocorrer. Mas tem umas figuras....
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Não pretendo desfiar aqui a biografia do Cabeto até porque outros mais próximos a ele teriam muito mais detalhes pra contar. Quero apenas deixar registrado que nas vezes em que toquei com ele, sua energia e carisma eram simplesmente avassaladores. Desde canjas com minha antiga banda de blues "The Hollers" até participações nas vezes em que me apresentei com o Kbelo, nada o distinguia tanto dos outros vocalistas como sua visceral interpretação e espontaneidade cativante.
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Com a mesma garra e vontade com que se dedicou ao saudoso "O Bando", grupo antológico da noite campineira, estava a anos na militância vegana. Sempre defendia com veemência seus pontos de vista em defesa dos direitos dos animais porém, com repeito às posições contrárias. A gente recebe ideias desse tipo com outros olhos quando vem de alguém tão consciente como ele foi.
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Tenho me organizado pra voltar a entrevistar bandas da cidade. Fiz isso a algum tempo atrás e foi muito bom. Mas longe de ser apenas uma forma de ajudar na divulgação de seus trabalhos musicais, acho que o principal motivo é de deixar registrado pra outras gerações o universo musical e pessoal de grandes artistas da cidade e região. Noto que poucos fazem isso. E há gente por estas bandas que teria horas e horas de história pra contar, de ensinamentos adquiridos não só através de árduos estudos mas principalmente pela dedicação profunda e constante ao mundo dos sons, dos shows, da poesia. Da vida.
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segunda-feira, 15 de julho de 2019

ONDE FOI QUE EU ACERTEI (PRIMEIRO E ÚNICO......MAS QUE ÚNICO!!!!)

Este CD já é um dos mais importantes marcos em minha vida. Não só pelo que criei, mas principalmente pelas coisas que joguei fora durante o processo: hábitos, atitudes, estados mentais e outras coisinhas que só me atrapalhavam e me impediam de me expressar livremente.
Ainda não estou do jeito que eu quero/preciso mas será que algum dia estarei?
Resta apenas, neste momento, comemorar grandes vitórias, dentre elas:

1) Um disco sobre Física!!! Uns fazem música sobre maconha, outros sobre "sofrência", outros sobre a política e por aí vai. Por que não sobre Ciência? Meio que cantei o assunto no primeiro CD mas agora é pra valer: tem Teoria das Cordas, Muitos Mundos, Quântica, Relatividade, Matemática, Filosofia e Epistemologia. Calma: não são músicas que se propõem didáticas. Espero apenas compartilhar o maravilhamento que tudo isso desperta, dentro de um ambiente poético e lúdico;

2) Um disco mais orquestral!!! Talvez pelo contato com um excelente software que emula timbres orquestrais, consegui voltar há 25 anos atrás, pras aulas de instrumentação e orquestração e colocar algo do que aprendi ali em prática. Foi uma grande conquista pessoal que me mostrou que daqui pra frente esse caminho promete muito!

3) Um disco mais íntimo!!! Abrir seu coração nas músicas, usando sua poesia e até a de outros, sempre será o objetivo último dos compositores, por mais cerebral e racional que eles acreditem ser. Em todos os momentos de composição e arranjo em que me entreguei à busca desse objetivo, vi que, desta vez,  foi mais fácil. As palavras e sons fluíram com mais liberdade, com mais honestidade e com surpreendente clareza. Espero que concordem comigo. Estamos a semanas que tirar essa dúvida;

4) Mais um disco multifacetado: tem as canções mais pops que eu já fiz como também algumas músicas, digamos, de pesquisa e outras bem progressivas convivendo com hard rocks e até algumas provocações. Nisso, nunca pretendo mudar: lançar um trabalho com só um gênero ou estilo musical não é pra mim;

5) Achei um tempo na agenda pra compor e gravar. O próximo CD será bem menor, no máximo 15 músicas com 60 minutos de som. Então, dá pra fazer um por ano. Assunto e ideias sonoras não faltam.
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segunda-feira, 8 de julho de 2019

ONDE FOI QUE EU ERREI? (QUARTO)

Você se lembra daquele dito popular "vai procurar tua turma"? Pois é: essa é a máxima mais atual que eu conheço no que se refere a produção artística. Ou seja: estar em contato com o público que realmente valoriza o tipo de música que você faz é essencial. Não só pensando em vendas: presença virtual, troca de informações, locais pra tocar, parcerias, etc.
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O uso das redes sociais da forma correta, profissa, certeira, que faz com que você se comunique exatamente com quem está ávido por curtir o som que você está criando, é algo essencial para o músico independente atual. Isso requer dedicação no traquejo internético, horas de aprendizado e até fazer uns cursos pra não perder tempo com auto-didatismo.
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E esse processo é algo que leva meses. Talvez anos mesmo.
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Ou seja: não dá mais pra se viver aquela realidade em que você se dedicava um tempo pra compor/gravar e depois corria atrás de fazer vídeos e depois corria atrás de lugares pra tocar intercalando possíveis programas de TV, rádio e festivais. Esse é um tempo que passou.
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Hoje a gente tem que estar presente nas redes sociais DURANTE todo o tempo mostrando a produção, a evolução dos projetos, se comunicando o tempo inteiro com quem quer que queira trocar ideias.
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Eu peguei pra valer este meu último CD na segunda quinzena de janeiro de 2018. E comecei a agitar de forma mais profunda meu contato com pessoas no mundo virtual só recentemente. E vejo que isso está atrasado, muito atrasado. Eu deveria inclusive ter feito o que pretendo fazer já com o próximo CD (não este de agora, o "A Totalidade Sem Costuras", a ser lançado em 2019): vou convidar o povo a acompanhar tudo na confecção do álbum, desde a escolha dos temas até a masterização final.
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Como dizia aquele profeta Nóstardamos....
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domingo, 30 de junho de 2019

ONDE FOI QUE EU ERREI? (TERCEIRO)

Sabe aquele ditado "conhece-te a ti mesmo....."? Então, no meu caso deveria ser "conhece bem os teus softwares de gravação".
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Nestas gravações, como as do primeiro CD, durante o processo aprendi uma série de recursos que os programas tem que podem economizar muito tempo. Ao me deparar com esse "fenômeno", eu deveria ter feito um curso, mesmo que por conta, na base do youtube mesmo, pra aprender a dominar todos os recursos dos softwares que tenho instalado em meu pc. Não fiz isso, perdi tempo. Muito tempo.
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Parece besteira, mas se você faz algo em 2 minutos e, com um recurso novo você passa a fazer em 1, essa economia vai se estender a todas as vezes em que a mesma ação for feita. No final de umas semanas isso pode representar um dia inteiro de diferença!!!
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Dentro desse mesmo tema, aprender a dominar melhor meus próprios instrumentos também é algo que eu teria que ter feito, de uma forma ou de outra. Dominar um esquipamento significa testá-lo à exaustão pra ver tudo o que é possível se fazer com ele. Às vezes, amplificadores, microfones e pedais são subaproveitados por vocês os considerar ultrapassados.
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Mas em relação a dominar os instrumentos musicais - piano, teclado, violão nylon, aço e 12 cordas, baixo e bateria (mesmo que virtual), isso demanda estudo. Prática diária. Dedicação. Disciplina. 
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Fazer técnica, escalas, modos, aberturas, encadeamentos, efeitos, articulações: tudo isso teria e tem que ser uma rotina na vida de quem toca, compõe e grava. 
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Sim, separar uma hora que seja do meu dia pra estudar é algo que beira o risível hoje em dia, tão louca tem sido a agitação frenética de aulas-eventos-projetos. E não adianta pensar em se pegar pra estudar "só uns minutinhos por dia": quem é do ramo sabe que, em menos de 1 hora por dia, o estudo não vai evoluir.
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Mas fica a dica (pra mim mesmo, inclusive): com estudo tudo flui melhor e mais rápido, economizando tempo, dinheiro e emoções.
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domingo, 23 de junho de 2019

ONDE FOI QUE EU ERREI? (SEGUNDO)

Este texto faz parte de um grupo de 5 ou 6 publicações nas quais analisarei alguns erros que cometi no processo de gravação de meu próximo CD, "A Totalidade sem Costuras" (nome provisório).
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Aqui vai o 2.o "engano".
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Se você vai construir uma casa, certamente fará o possível pra caprichar o máximo que puder. Tentará contratar os melhores profissionais, comprar os melhores materiais, ter toda a documentação em dia, etc. 
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Mas se você mesmo for pôr a mão na massa e assentar os tijolos e fizer isso a uma velocidade de 1 tijolo por semana, provavelmente não verá sua casa feita nesta vida.
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Comparativamente, quando a concepção do CD ficou clara em minha cabeça, eu deveria ter notado que compor, arranjar e gravar 29 músicas (na verdade são 33 porque uma delas se divide em 5), gerando quase duas horas de som, tendo como tempo hábil para o processo somente as sextas e sábados, seria um projeto muito extenso para ser terminado num prazo razoável.
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Eu deveria ter previsto as muitas interrupções no trabalho devido a aulas e eventos dos quais participaria e também ter levado em consideração que o sistema que uso pra gravar não seria estável o tempo todo. Calculo que desde 15 de janeiro de 2018, dos 156 dias previstos para a produção (umas 1.000 horas), fui impedido de trabalhar por os motivos citados ou por outros motivos em pelo menos 40% desse tempo.
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Não pretendo mudar o formato de meus trabalhos. Acho que intercalar minhas músicas com vinhetas baseadas em poesias de outras pessoas é algo interessante porque concluo que depois de uma porrada (minhas músicas, digamos, alternativas) sempre cai bem um afago (as poesias dos outros, mais convencionais). Mas ao invés de 15 músicas minhas e 14 versos de outros, no próximo CD lançarei 8 músicas minhas e 7 vinhetas de outras pessoas. E olha que até essa drástica diminuição de proporção ainda é criticada por muitos visto que, aparentemente, você deve trabalhar hoje em dia com uma canção por vez. Compõe, arranja, grava e lança nos Spotfy da vida e fica esperando os milhões caírem na conta.....
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Engraçado: componho pensando em sempre forçar a barra pra que a concentração das pessoas possa ser instigada a ir a um outro nível de percepção melódica, rítmica, harmônica, estética. E parece que os meios de comunicação trabalhavam na direção exatamente inversa.....
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segunda-feira, 17 de junho de 2019

ONDE FOI QUE EU ERREI? (PRIMEIRO)

Gravar um CD é um processo complicado. Se você estiver fazendo isso sozinho, mais difícil ainda. Se essa produção for totalmente independente, baseada somente em seus próprios recursos financeiros e tendo apenas algumas horas da sexta e do sábado pra tocar o trabalho pra frente.....
Bem, acho que não preciso me alongar muito no tamanho do desafio, não é mesmo?
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Acontece é que trabalhando nessa condições erros são mais que previsíveis: são inevitáveis.
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Como não uso as redes sociais somente pra falar dos sucessos e belezas deste processo em que me envolvi, vou começar a falar sobre os erros que cometi na produção de meu próximo CD, "A Totalidade sem Costuras (nome provisório)" a fim de ajudar outros músicos que vivenciam as mesmas situações como também expor mais claramente alguns dos percalços que experiencio frequentemente.
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Vamos chamar o primeiro "erro" de:
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TUDO ENVELHECE!!!

Falo dos equipamentos e instrumentos (se bem que.....). Quando se começa uma produção em home studio deve se ter essa máxima em mente o tempo todo porque ter um sistema de gravação estável por um prazo de tempo muito longo não é lá tão fácil como se imagina.
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Meu PC foi comprado em 2010 e estou com mais ou menos as mesmas coisas no sistema desde então. De novo mesmo, só 8 GB de RAM (tenho no total 16 agora) e um software orquestral pesadíssimo.
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Os sistemas operacionais são periodicamente atualizados (eu uso o Windows). Ao atualizar o seu, as vezes alguns drivers e arquivos começam a se mostrar não compatíveis com ele. Um plugin que rodava maravilhosamente bem no XP pode não conversar bem com o Windows 7. Novos softwares de áudio que você queira usar podem piorar esse problema de compatibilidade e ainda por cima consomem cada vez mais espaço e processamento, o que obriga a sempre ter um HD bem grande pra evitar contratempos. Por isso  mensalmente 12 dólares por um terabite na nuvem. Um sistema operacional às vezes parece se confundir ao lidar com quantidades muito grandes de dados e passam a não achar alguns arquivos ou até pastas!. Desfragmentação do sistema ou check disks constantes podem minimizar esses erros mas eu não fiz isso com a frequência que deveria ter feito.

Tudo isso ocorre porque a indústria precisa vender sempre mais e pra isso sempre jogará novas versões dos mesmos produtos no mercado além de novos e convidativos softwares e equipamentos. Você pode até ir se virando com seu equipamento velhinho mas se precisar de algo que seja um pouco mais atualizado, estará sempre diante da mesma questão: muda tudo, obtendo o que houver de mais atual no mercado, ou fica onde está, usando o híbrido "sistema antigo + plugins novos = problemas de compatibilidade"
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Estou passando por esse dilema com meu equipamento. Pela combinação de alguns das encrencas  citadas, está cada vez mais difícil ter uma sessão inteira de gravação sem ter algum problema técnico sério.
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Solução?
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Monte o sistema mais atualizado e completo que puder e grave seu projeto no menor tempo possível. 
Parece um conselho ingênuo mas é o que tentarei fazer em meu próximo projeto: depois de lançar  este CD em que estou trabalhando, vou revisar todo o hardware e software, atualizar tudo dentro dos limites do possível e espero começar o novo CD 12 meses antes de seu lançamento.
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domingo, 9 de junho de 2019

EU QUERO QUE TODOS ME CONHEÇAM. MAS.....VAMOS COM CALMA.......

Não tem um guru de redes sociais que fale algo diferente de "você tem que publicar, você tem que postar vídeos, fotos, textos (curtos) de sua carreira, shows, gravações, ensaios, etc. etc. etc. E tem que fazer isso diariamente. Aliás, várias vezes por dia!!!"
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Eu topo compor, gravar, fazer shows e vídeos das minhas músicas umas 24 horas por dia (mentira! Eu até quero mas a carcaça 0.52 aqui já não permite mais tais arroubos juvenis).
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Mas ficar fazendo a "cobertura jornalística" disso tudo......confesso, não é meu prato favorito. Em outras palavras: levar até as pessoas o dia a dia do músico independente não me é desinteressante. Acho até que há uma função política, didática, pedagógica nessa ação. Quem sabe até ajude as pessoas, com o tempo, a parar de dizer bobagens a respeito da vida de artista. Mas, gente, essas coisas dão uma preguiça......Ter que estar o tempo todo pensando em "olha, isto gera uma boa foto! Faz e já publica!" ou então "como vamos filmar isso pra gerar uma postagem legal" ou até "fazer desse jeito não fica bom porque não vai se prestar pras redes sociais....".......olha, isso tudo enche a paciência!
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Mas como não me considero um cara retrógrado......vamos lá, mãos à obra, vamos cobrir cada segundo da vida de cantautor (segundo Téo Ruiz) e torcer pra que isso traga os tão esperados ouvintes ("a thousand ears", como diz a canção, numa tradução mezzo livre).
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Mas, cá entre nós, como é divertido ver algumas pessoas postando freneticamente dezenas de vezes ao dia coisas sem nenhuma relação com seu trabalho como artista. A impressão que tenho é que essa necessidade atual que assola a vida de todos - "publique ou morra" - funciona pra algumas pessoas da forma inversa: vira mais um "PELOAMORDEDEUSMEVEJAM". 
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É o caso definitivo em que você vê apenas o esqueleto ou o contorno de algo mas não vê nenhum conteúdo. 
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Talvez essa imposição da vida digital venha dando tão certo porque atende a uma necessidade básica do ser humano: a de ser visto, ser notado, ser considerado. 
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Mas ainda acho que o artista deveria ser visto, notado, considerado pelo que produz, por sua obra.
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domingo, 2 de junho de 2019

WTON SAI DO ARMÁRIO....

O que mais eu poderia dizer pra chamar sua atenção?
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Talvez eu pudesse começar este texto com um gif de um gatinho fazendo algo fofo.
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Ou citar logo o nome de Nilda Lyons para que, de cara, eu tivesse centenas de visualizações, dezenas de curtidas e alguns compartilhamentos.
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De qualquer forma, bolar formas de chamar a atenção das pessoas nas redes sociais está ficando cada vez mais difícil.
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(Aliás, por que as pessoas são tão interessadas na vida sexual dos outros? Em quê algum detalhe específico sobre os desejos íntimos de alguém alteraria nossas vidas? A Anitta e o Scooby estão lá, firmes e fortes, transando 15 vezes por hora, e isso não pagou o licenciamento do meu Palio).
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Peço apenas que você se imagine brincando com outras crianças num parquinho, todas juntas se esbaldando na areia. Daí eu sugiro irmos todos brincar no balanço.
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O balanço, no caso, são as músicas de meu próximo CD, claro. Já estou preparando o terreno pra te convidar, num futuro próximo, a ouvir uma canção que fala sobre a vida de David Bohm. Só falta você dizer que prefere, pela milésima vez, ouvir a mesma música sobre "eu o quero tanto mas ele não me quer"....
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Quando eu postar "A Totalidade sem Costuras", que fala sobre Relatividade, com citações a Heinsenberg e Neruda, please. segure um pouco à vontade imensa de ouvir de novo o último Chico ou matar a saudade nostálgica da adolescência pondo pra rolar "Da Lama ao Caos".
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Minhas músicas não são inofensivas. Na verdade são bem ofensivas: elas representam uma ofensiva na batalha por sua atenção. Tente cantar junto com "O Macaco", do mesmo jeito que fez com "Saiba", do Antunes. Você verá que a experiência é similar. Deixe rolar em loop por algumas vezes "O Ser, o Sexo e a Morte" pra você ver como, ao dar uma chance a novas propostas, você pode se surpreender!
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Só não me diga que vai ouvir por educação. Não precisa fazer isso. Eu passo. 
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Diga que vai ouvir porque sabe que compositores independentes dependem das preciosas audições que se fizerem de seus trabalhos. 
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Se você ouvir (bem!) e não gostar, daí é outro problema. Vá em paz! Mas vá com a segurança de quem ouviu, conheceu o "produto" e decidiu abrir mão.
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Nós, artistas independentes (compositores, arranjadores, instrumentistas, dançarinos, artesão das formas, mestres do paladar, dos cheiros, da palavra, das estruturas), precisamos disso assim como Chicos, Caetanos, Antunes, Radioheads, etc. etc. etc. precisaram no início de suas carreiras.
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P.S.: Se você disser "ah, mas porque você tá falando isso agora se eu não tenho como ouvir o CD ainda?" Vai lá no Soundcloud (o link tá no final deste texto) e ouça o meu 1.o CD, "O Culto à Ciência", pra ir esquentando os tamborins, ok?

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