Não vou falar do filme, mesmo sendo o maior fã do Queen. Quero falar mesmo é de rapsódia.
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Para esse termo, rapsódia, transcrevo a seguinte definição:
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"No âmbito da música, dá-se o nome de rapsódia ao tema que se compõe a partir da união livre de diversas unidades rítmicas e temáticas, que não têm relação entre si." (https://conceito.de/rapsódia)
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"No âmbito da música, dá-se o nome de rapsódia ao tema que se compõe a partir da união livre de diversas unidades rítmicas e temáticas, que não têm relação entre si." (https://conceito.de/rapsódia)
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Freddie deu vazão à sua
incrível criatividade de tal forma que gerou esse arraso de canção; momentos,
climas, variações e sentidos tão díspares entre si que somente esse termo mesmo
pra conseguir nomeá-la.
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Há, inclusive, em meu
próximo CD, uma rapsódia baseada na vida de David Bohm, físico americano que
viveu no Brasil. São 23 minutos de música que, claro, não me deixou alternativa
senão chamá-la de "Bohmian Rhapsody", visto que são 5 canções sem
nenhuma relação estilística entre si. Sim, a ideia me escolheu, não tive como
resistir....
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Mas o que me chamou a
atenção mesmo foi descobrir dia desses qual é a música que adolescentes de 14 a
18 anos estão ouvindo hoje em dia. Não, não é o sertanejo, não é o pop, não é o
rap. É o funk carioca mesmo. E o que isso importa? Bem, é essa faixa etária que
determinará a direção do mercado musical daqui a uns anos.
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A vida dos músicos de
minha geração viu várias vertentes musicais surgirem, crescerem, virarem febre,
serem a expressão mais importante e depois diminuírem, saírem dos holofotes e
viverem, bem ou mal, entre seus respectivos públicos consumidores.
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O rock nacional, a
lambada, o axé, o sertanejo, o rap, o pagode, todos esses estilos vieram,
mostraram sua cara, dominaram por um tempo e depois saíram do protagonismo,
hoje são consumidos por quem nunca os entendeu como modinha, sempre foi fiel a
eles.
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Eu e outros artistas do
rock nunca cogitamos em nos expressar de uma forma em que pelo menos a atitude
do estilo não estivesse presente. Pode-se dar uma tranquilizada nas guitarras
ou se fazer um som menos energético ou algo mais acessível mas atitude é algo
que o roqueiro nunca abre mão.
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Só que com as mudanças
culturais e mercadológicas, fica difícil seguir a estrada, ano após ano,
produzindo som que seja minimamente notado pelo público em geral. Você pode até
produzir algo fodástico mas e se não há onde mostrar? Ou se os canais pra
divulgação simplesmente não atingem a quem deveriam atingir? E se o espaço
democrático virtual estiver tão entupido de oferta de sons que não há nada o
que se possa fazer pra ser ouvido?
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E o que isso tem a ver
com rapsódia?
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Compor uma canção é
trivial: estrofe e coro com solo no meio. Um blues é até juvenil de tão
simples: improviso é você ir falando enquanto toca. Mas um lance como uma
rapsódia.....
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É algo que mantém a
personalidade mesmo mudando, mesmo se metamorfoseando em formas diversas. É
você continuar sendo você mesmo mostrando facetas do seu eu que levem o outro
até a duvidar que ainda é você.
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O que a vida parece
pedir do artista atual é nossa própria carreira seja uma rapsódia onde o tema é
você e as variações dele é o que você vai ter que fazer pra se manter vivo.
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Compor rapsódia é
difícil.
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Todas as coisas
contribuem para o bem dos que ama. Adeus.
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