MEU SEGUNDO CD VAI BEM, OBRIGADO.

Passando aqui só pra te pôr a par de a quantas anda a produção de meu segundo CD que, provisoriamente, se chamará "A Totalidade Sem Costuras". Esse nome é uma homenagem a David Bohm, físico sobre o qual algumas das músicas do CD falará.

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Serão 29 músicas. Como dizem que eu escolho assuntos "áridos" para compor - Física, Matemática, Filosofia - resolvi inserir entre cada uma das músicas de minha total autoria (com exceção de uma letra de Murilo Mendes e outra de Fernando Pessoa) uma vinheta com letra de algum poema curto de Paulo Leminski.

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Meu objetivo, sempre, é me divertir. Depois disso, tenho buscado fazer as músicas de uma forma que deixe claro pra quem ouve o maravilhamento que sinto por brincar com os assuntos que curto. Não pretendo que os versos sejam didáticos, acho que isso deixaria a coisa toda muito chata. E tenho buscado evitar jargões técnicos ou linguagem cientificista. Isso torna a feitura das músicas bem difícil.

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Já considero prontas 25 músicas. Porém, uma dessas músicas, justamente a que fala sobre a vida de Bohm, são 5 músicas em uma. Pensando assim, faltaria ainda 8 músicas. No ritmo que tenho trabalhado, acho que, no máximo, em 3 meses acabo a fase de composição. 

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Jogue aí mais uns 3 meses pra fazer os arranjos e isso nos levaria até, mais ou menos, setembro quando, imaginando que o lado de financiamento caminhe a contento, entraria em estúdio.

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Espero chegar no estúdio com as demos extremamente bem trabalhadas e fazer apenas uma transcrição para condições acústicas e técnicas melhores. Claro que a gente fica querendo mexer em mais coisas quando se depara com uma estrutura que pode dar mais do que inicialmente planejado, mas tudo bem, eu gosto muito dessa parte no processo.

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Até lá a produção de vídeos e outras coisas ficam prejudicadas, só tenho 28 horas no dia e não dá tempo pra fazer tudo o que eu gostaria, infelizmente.

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Espero te encontrar lá na ponta desse processo. Espero que você vá ao show e compre o CD que, aliás, não terá cópias físicas, será só digital.

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O QUE SE PRETENDE E O QUE SE CONSEGUE

Estou trabalhando febrilmente em meu próximo CD. Pretendo terminar de fazer as músicas até junho, arranjar tudo até setembro, gravar em outubro e novembro pra lançá-lo em dezembro.

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Eu tenho várias expectativas em relação ao resultado desse trabalho. Mas não é que quando a gente se põe a brigar com os sons e versos as coisas acabam fugindo um pouco do controle?

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Por exemplo: notei que, sendo um álbum conceitual, ele deveria espelhar fielmente o que me propus discutir: física, notadamente a quântica, através de músicas que se apoiariam na vida e obra de David Bohm. Também há músicas gerais sobre ciência e umas que navegam mais pela poesia existencial de Pessoa e Murilo Mendes, tudo isso intercalado com vinhetas e pequenas canções sobre poesias de Leminski.

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O problema é que, vendo as coisas como elas estão neste momento, tenho quase certeza de que haverá gente que interpretará as letras sob o ponto de vista metafísico, espiritualista ou mesmo esotérico. E, deus me livre, jamais intentei fazer isso. Sempre quis justamente o contrário!

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É que nunca tencionei fazer músicas didáticas sobre Ciência, acho que isso seria muito chato. Mas fazer canções poeticamente válidas que abordem várias coisas maravilhosas que eu já li e vi sobre esses assuntos que me cativam - Física, Filosofia, Matemática, Astronomia - é algo bem mais complicado do que parece.

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Acho que o problema é que pra se evitar um jargão muito técnico, muito áspero, muito distante do interesse imediato das pessoas, tenho que usar palavras de significado amplo ou usar sinônimos que possam equivaler a ideia de um determinado conceito.

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Dessa forma, andando nesse fio da navalha, escapo de costurar versos muito "difíceis" ou "chatos" mas tudo fica menos preciso e daí o pessoal mais viajandão vai pra festa. Já vejo muitos amigos , digamos "espiritualistas", me dando um tapinha nas costas, com um sorrisinho no rosto, dizendo:

"- Quer dizer que você se considera ateu?"

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É, esse problema não é assim tão sério, são só interpretações. Mas é algo difícil de resolver.

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Fazer o quê?

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O CD.

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VALE A PENA?

Ano 2067.
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Theo, 16 anos, na distribuição de temas para o trabalho de sociologia do ensino médio, escolhe o tema "Como era a música em Campinas no começo do século XXI".
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Já na volta pra casa, no ônibus skycar escolar, começa a vasculhar os arquivos da Memória Municipal, que guarda sons, imagens e textos de tudo o que foi produzido na cidade desde sempre.
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Ao percorrer o índice, na categoria música pop, rock and roll, alternativo, lhe chama a atenção pra descrição da música criada por um certo artista.
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Ele ouve algumas músicas, vê os vídeos e lê os textos.
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Se pergunta "por que diabos alguém faria música sobre Ciência naquela época? Hoje isso é até comum mas em 2018?".
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De qualquer forma, algumas ideias ficam em sua cabeça. Ele cantarola melodias, relembra de versos, aprofunda conceitos e, a noite, no ensaio de sua banda, propõe:
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"- Gente, tô ligado num som aí, das antigas, que tá martelando a cabeça. Vou pôr pra vocês ouvirem pra ver se isso gruda em vocês como grudou em mim."
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A chance de que algo semelhante aconteça faz valer a pena.
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COMEÇOU!!! O DINHEIRO ESTÁ FLUINDO!!!

Como é de conhecimento de alguns, tenho 2 projetos vinculados a leis de incentivo cultural, um no PROAC (estadual) e outro pela Rouanet (federal).

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O no PROAC depende do empresário aceitar patrocinar meu projeto em troca de renúncia fiscal por parte do governo do estado. Está muito difícil captar esses recursos junto às firmas porque todos estão tão preocupados em não fechar as portas que nem param pra analisar possíveis benefícios dessa vinculação da imagem de suas empresas com a de algum projeto cultural como o meu. Mas continuamos tentando!

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Já a Rouanet, além das empresas, pode receber recursos também de pessoas físicas que queiram abatimento em seus impostos de renda. E gostaria de compartilhar com vocês que comecei a encontrar parceiros que estão dispostos a participar desse financiamento do meu projeto através da Rouanet.

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Sim, é pouco ainda. Com a contribuição prevista dessas 3 pessoas, atingirei até dezembro de 2018 perto de 1% do valor necessário mas espero que a cada semana novas pessoas tenham interesse em aderir e que também empresas, com valores de IR muito maiores a pagar, se juntem a nós.

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Sou obrigado a escrever este parágrafo porque senão vou me achar um cidadão muito alienado: esta forma de financiamento dos projetos artísticos e culturais brasileiros é o que temos para o momento. Mas não deveria ser assim. Pela enésima vez, repito que espaços, oportunidades, eventos, festivais, encontros, etc. etc. etc. que envolvam produção e fomento à cultura local (cidade, estado ou país), É UMA OBRIGAÇÃO CONSTITUCIONAL DO ESTADO. Com essas política de renúncia fiscal visando deixar a cargo dos próprios artistas a busca pela captação dos recursos para seus respectivos projetos o Estado diz claramente que não pode ou não quer fazer isso.

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Isso é algo que temos que mudar mas até que isso aconteça....

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Só pra você entender mais claramente o que eu estou falando: Curitiba tem 11 (onze!!!) teatros com palco italiano. Campinas tem o Castro Mendes, se muito. Só que Campinas não tem 6 milhões de habitantes, tem só 1 milhão de oitocentos mil. Notou a desproporção? Como fazer Cultura assim?

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Sim, Cultura não acontece só em teatros mas a que acontece, em nossa cidade, está encrencada!.

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Bem, voltando ao tema inicial: o que falta pra você, empresário, me chamar para conversarmos? E pra você, distinta pessoa física pagadora de imposto de renda, destinar 6% do imposto (que terá que pagar de qualquer forma) para meu projeto?

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